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Perda de audição em crianças: o que pais e famílias precisam saber

  • Jose Eduardo Marcondes
  • 11 de out.
  • 4 min de leitura

perda de audicao em criancas
Criança Assistindo televisão com volume muito alto

A audição é a base da linguagem, da socialização e do aprendizado, e pequenas mudanças no ouvir podem gerar grandes impactos no desenvolvimento infantil. Identificar cedo, acolher com informação de qualidade e agir com rapidez transforma trajetórias de fala, escola e convivência em família.


Por que a audição importa desde o berço


Desde o nascimento, o cérebro aprende a linguagem a partir dos sons do ambiente e da voz de quem cuida. Quando a audição não está plena, a criança tende a falar mais tarde, cansar em ambientes ruidosos e depender da leitura labial para acompanhar conversas, o que pode ser confundido com desatenção ou timidez.


Causas mais frequentes de perda de audição em crianças


- Otite média com efusão: líquido atrás do tímpano que reduz a passagem do som, comum na primeira infância e muitas vezes silencioso.

- Perda sensorioneural congênita: pode ser genética, isolada ou parte de síndromes, com comportamento estável ou progressivo ao longo do tempo.

- Infecções: citomegalovírus na gestação e meningite na infância estão entre as causas infecciosas mais relevantes.

- Fatores perinatais: prematuridade, internação neonatal, icterícia importante e hipóxia aumentam o risco e pedem vigilância.

- Ototoxicidade e ruído: alguns medicamentos e o uso prolongado de fones em volume alto podem lesar a cóclea, especialmente em escolares e adolescentes.

- Outras condições: tampão de cerúmen, alterações anatômicas do ouvido e doenças autoimunes também entram no radar.


Sinais que merecem atenção


- No início da vida: pouco susto com barulhos intensos, balbucio escasso, dificuldade para localizar sons e menor resposta ao próprio nome.

- Na primeira infância: atraso de fala, trocas fonéticas persistentes, necessidade de ver a boca de quem fala e aparente desatenção.

- Em idade escolar: volume da televisão sempre alto, pedidos constantes de repetição, cansaço auditivo no fim do dia e queixas de zumbido.

- Em qualquer idade: história familiar de perda auditiva, otites de repetição, rinite e respiração oral crônica são sinais adicionais de alerta.


O que observar no dia a dia


- Marcos de linguagem: evolução do balbucio para sílabas, palavras e frases deve ocorrer de forma contínua, mesmo em contextos bilíngues.

- Ambientes ruidosos: dificuldade desproporcional para acompanhar conversas em festas, restaurantes e sala de aula sugere perda leve a moderada.

- Saúde das vias aéreas: rinite, adenoide aumentada, ronco e otites frequentes pedem avaliação otorrinolaringológica.

- Exposições e histórico: fones de ouvido, internação neonatal, icterícia acentuada, meningite e uso de medicamentos com potencial ototóxico indicam necessidade de seguimento mais próximo.


Como é feito o diagnóstico


- Na maternidade: o teste da orelhinha com emissões otoacústicas é obrigatório e detecta alterações ainda antes da alta, permitindo encaminhamento seguro.

- Linha do tempo ideal: triagem até o primeiro mês, confirmação diagnóstica até o terceiro mês e início da intervenção até o sexto mês aproveitam a melhor janela de neuroplasticidade.

- Testes objetivos e comportamentais: emissões, potencial evocado auditivo, timpanometria e audiometrias lúdicas ajudam a definir tipo e grau de perda com precisão.

- Investigação da causa: estudo genético quando indicado, exames de imagem em casos selecionados e pesquisa para citomegalovírus nas primeiras semanas em situações suspeitas.

- Trabalho em equipe: integração entre otorrinolaringologia pediátrica e fonoaudiologia traduz resultados de exames em um plano terapêutico personalizado.


Tratamento e reabilitação


- Otite com efusão: muitas vezes melhora com observação ativa, cuidado das alergias e higiene nasal; quando persiste com impacto auditivo, tubos de ventilação podem restabelecer a audição de condução, e adenoidectomia pode ser considerada em situações específicas.

- Perdas condutivas: remoção de cerúmen, tratamento de otites e dispositivos de condução óssea oferecem ganhos funcionais expressivos.

- Perdas sensorioneurais: aparelhos auditivos modernos e sistemas de microfone remoto melhoram a compreensão de fala em casa e na escola; em perdas profundas bilaterais, o implante coclear após avaliação criteriosa abre oportunidades valiosas para a linguagem.

- Citomegalovírus congênito: em cenários selecionados, antivirais iniciados precocemente podem reduzir a progressão da perda, sempre com acompanhamento especializado.

- Fonoaudiologia e escola: terapia centrada na família, estímulos auditivo‑verbais e ajustes de sala de aula consolidam resultados e autonomia.

- Seguimento contínuo: crianças com fatores de risco ou perdas flutuantes precisam de reavaliações periódicas, ajustes de dispositivos e estratégias de comunicação consistentes.


Prevenção e hábitos saudáveis


- Vacinação atualizada reduz infecções associadas à perda auditiva.

- Controle de rinite e alergias diminui episódios de otite com efusão.

- Uso responsável de fones, pausas auditivas regulares e volumes confortáveis protegem a cóclea; em shows e esportes motorizados, protetores auriculares são recomendados.

- Ambientes com boa acústica em casa e na escola favorecem a compreensão de fala e o aprendizado.


Quando buscar avaliação


Atraso de fala, otites recorrentes, dificuldade em ambientes ruidosos ou falha em qualquer etapa da triagem são motivos para consultar um otorrinolaringologista e uma fonoaudióloga. Quanto mais cedo o cuidado começa, maiores são os ganhos de linguagem, desempenho acadêmico e bem‑estar social.


Cuidado de excelência em São Paulo e Alphaville


O Dr. José Eduardo Marcondes oferece um atendimento completo e humanizado para a perda de audição em crianças. Com mais de duas décadas de experiência e atuação em endereços de referência, cada criança recebe um plano sob medida, com comunicação clara, acompanhamento próximo e metas terapêuticas alinhadas à rotina da família.


Próximo passo


Diante de qualquer suspeita, agendar uma avaliação especializada é a forma mais segura de proteger o desenvolvimento infantil. Uma consulta atenta, com exames adequados à idade, permite agir com precisão e confiança, para que a criança cresça ouvindo, falando e aprendendo com plenitude.

 
 
 

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